A maioria dos jovens estudantes de hoje enfrenta sérias dúvidas sobre seu futuro. O que eles devem estudar? Quais são seus pontos fortes? Como eles podem construir uma carreira significativa? Apesar de terem acesso a mais informações do que nunca, encontrar respostas para essas perguntas que definem a vida continua sendo um desafio.
O Learning Planet Institute (LPI) viu uma oportunidade de mudar isso. Em parceria com a code.store, o instituto sem fins lucrativos criou o Ikigai+, um chatbot com tecnologia de IA projetado para orientar os alunos em quatro questões essenciais:
- Qual é a sua paixão? (o que você ama)
- Que talentos naturais você possui? (no que você é bom)
- Que mudança positiva você pode criar? (o que o mundo precisa)
- Como você pode se sustentar? (pelo que você pode ser pago)
O resultado? Os alunos agora passam 45 minutos em uma conversa profunda sobre seu futuro, sem que isso seja solicitado.
A busca da LPI para inspirar a geração Z
A LPI explora novas formas de aprendizado que atendem às necessidades dos jovens e do planeta. Por meio de seus workshops, eles já orientaram 2.500 alunos a descobrir o propósito de suas vidas usando o Ikigai, uma estrutura japonesa que explora aquilo em que você é bom, o que você ama, o que o mundo precisa e pelo que você pode ser pago.
O desafio enfrentado pela LPI foi dimensionar a estrutura para atingir milhares de alunos sem perder a experiência pessoal. "O desafio era como apoiar a pessoa com ideias e inspiração para ajudar os outros se houvesse limitação de recursos", explica Pascal Kolbe, gerente de projetos da LPI. Com um orçamento de € 200.000 e um cronograma de quatro meses, eles precisavam de uma solução que pudesse ser dimensionada rapidamente e permanecer eficaz.
Do conceito à vida real
A jornada do Ikigai+ começou com uma decisão simples, mas crucial: em vez de desenvolver uma plataforma totalmente nova, a code.store pegaria a ideia central do projeto e a levaria diretamente para onde os alunos já passavam seu tempo. "Este projeto foi criado com o objetivo de ajudar as pessoas a encontrar um senso de direção em suas vidas", compartilha Olga Zviezdicheva, que liderou a equipe de desenvolvimento.
As primeiras semanas foram dedicadas a observar como os alunos interagiam no Discord, a plataforma com a qual estavam mais familiarizados. A equipe notou padrões na comunicação, identificou os principais recursos com os quais os alunos se envolviam e identificou os momentos em que eles estavam mais ativos. Essas percepções foram fundamentais para moldar a abordagem técnica.
Construindo a base
A solução principal exigiu planejamento cuidadoso e pensamento inovador. Os desenvolvedores da сode.store escolheram o Python para criar o sistema, pois ele era adequado para lidar com conversas complexas e manter o contexto do usuário. O processamento de linguagem natural da OpenAI alimentou o bot, mas, em vez de gerar novas respostas a cada vez, os desenvolvedores implementaram um sistema de armazenamento baseado em vetores. Essa abordagem permitiu que o bot recuperasse e adaptasse rapidamente interações anteriores bem-sucedidas.
Uma inovação significativa foi o desenvolvimento da estrutura Electro personalizada. "Antes do Electro, cada pequena mudança na experiência do usuário precisava de um desenvolvedor", explica Nikola, o principal desenvolvedor. "Agora, os especialistas em conteúdo podem modificar o sistema diretamente." Esse avanço economizou tempo e permitiu atualizações rápidas durante o apertado cronograma de quatro meses. A velocidade continuou sendo uma das principais prioridades durante todo o desenvolvimento. "Os alunos perderiam o interesse se a IA demorasse muito para responder", observa Nikola. Para resolver isso, a equipe otimizou o bot combinando o armazenamento vetorial para caminhos de conversas comuns com o PoEditor para localização. Os tempos de resposta melhoraram em 60% sem comprometer a qualidade.
Para a geração de imagens, a equipe armazenou versões vetoriais em vez de criar novas versões repetidamente. "Queríamos algo sustentável", explica Pascal, o gerente de projeto. "Tanto ambientalmente quanto em termos de recursos do sistema." A solução otimizada reduziu significativamente a carga do servidor, mantendo a eficiência.
Testes e iteração
A equipe executou sprints de desenvolvimento de duas semanas com estudantes voluntários da Universidade de Cergy. Esse processo de iteração rápida foi crucial para transformar um programa de desenvolvimento pessoal complexo em algo que os alunos realmente usariam. O feedback inicial moldou todos os aspectos da experiência. Os alunos preferiam interações mais curtas e mais frequentes em vez de sessões longas. Eles queriam salvar seu progresso e compartilhar percepções com os colegas. E, o mais importante, precisavam de controles de privacidade claros nos quais pudessem confiar.
Cada percepção levou a melhorias. "Originalmente, planejamos sessões guiadas mais longas", observa Pascal, "mas os alunos nos mostraram que queriam ter mais controle sobre o ritmo." A equipe reconstruiu o fluxo da conversa, tornando-o mais flexível e natural. Eles também adicionaram recursos para salvar e compartilhar insights, sempre com a privacidade em mente.
A segurança dos dados foi fundamental desde o início. A equipe hospedou todos os dados na França de acordo com as diretrizes do GDPR, criando um ambiente em que os alunos se sentiam seguros para explorar tópicos pessoais. Essa confiança se traduziu em engajamento: os alunos retornam em média três vezes por semana, e muitos continuam sua jornada de autodescoberta por meses.
O piloto inicial com 500 alunos da Universidade de Cergy revelou sucessos e desafios. Os alunos passaram, em média, 45 minutos por sessão explorando seus propósitos, mas também queriam mais maneiras de compartilhar ideias com os colegas. "Esse curso fortaleceu minhas habilidades e me ajudou a encontrar equilíbrio e propósito na vida", compartilha Marie, que descobriu sua paixão pelo design sustentável. Thomas, inicialmente cético, acrescenta: "As conversas abriram meus olhos para possibilidades que eu não havia considerado". Sarah reflete: "O Ikigai+ me ajudou a definir metas claras para o meu futuro".
Lições da jornada do Ikigai+
O projeto Ikigai+ oferece insights práticos para organizações que planejam soluções orientadas por IA:
Encontre os usuários onde eles já estão
A criação do Ikigai+ no Discord eliminou a necessidade de criar uma plataforma personalizada. Os alunos já estavam familiarizados com o Discord, o que significou menos atrito e uma adoção mais rápida. Para as equipes, esse é um lembrete para aproveitar as ferramentas que seu público já usa.
Faça da segurança uma prioridade
Desde o início, a Ikigai+ aderiu aos regulamentos do GDPR, com todos os dados hospedados na França. Essa abordagem tranquilizou os alunos quanto à sua privacidade. O planejamento antecipado da conformidade e da infraestrutura segura evita problemas posteriores e gera confiança nos usuários da Geração Z.
Otimizar para velocidade
Respostas rápidas mantiveram os alunos envolvidos. O uso do armazenamento baseado em vetores para caminhos de conversação e do PoEditor para localização reduziu o atraso em 60%. Se a sua ferramenta depende de interação em tempo real, priorize sistemas que possam lidar com o uso em larga escala sem atrasos.
Habilitar atualizações fáceis
A estrutura Electro permite que as equipes de conteúdo façam alterações sem os desenvolvedores, economizando tempo durante as iterações. Para projetos de IA, escolha ferramentas que permitam que usuários não técnicos ajustem o conteúdo e os fluxos de trabalho de forma independente.
Testar, ouvir, melhorar
Começar com um piloto de 500 alunos permitiu que a equipe obtivesse feedback real. Os alunos queriam interações mais curtas, acompanhamento do progresso e controles claros de privacidade. Os testes contínuos ajudaram a refinar a experiência para atender a essas necessidades.
O que começou com 500 alunos cresceu para 1.400 participantes, com planos de atingir mais 40.000. O Learning Planet Institute está agora desenvolvendo o MOOD (Massive Open Online Discovery), que ampliará o sucesso do Ikigai+ combinando a autorreflexão orientada por IA com comunidades de aprendizagem orientadas por colegas. "O MOOD representa tudo o que aprendemos sobre como tornar ideias complexas acessíveis por meio da tecnologia", compartilha Pascal. "Trata-se de criar espaços onde o aprendizado acontece naturalmente, onde a IA aprimora e não substitui a conexão humana."
O plano é fazer parcerias com universidades como a Cergy para expandir rapidamente. O feedback inicial mostra que 85% dos alunos consideraram a orientação da IA útil. A resposta esmagadora indica que o MOOD pode expandir seu alcance e envolver mais participantes. O sucesso do Ikigai+ mostra que o envolvimento significativo da IA começa com a compreensão de como seu público já usa a tecnologia. Para as organizações que desejam promover um envolvimento significativo com a IA, o caminho a seguir é claro: encontre seu público onde ele está, crie confiança por meio da transparência e crie sistemas que possam evoluir de acordo com as necessidades do usuário.
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